domingo, 29 de março de 2015

Quando vier a primavera

E porque domingo é dia de poesia hoje deixo aqui um pouco de Alberto Caeiro/Fernando Pessoa em "Poemas Inconjuntos"

"Quando vier a Primavera"

"Quando vier a Primavera, 

Se eu já estiver morto, 
As flores florirão da mesma maneira 
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada. 
A realidade não precisa de mim. 

Sinto uma alegria enorme 

Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma 

Se soubesse que amanhã morria 

E a Primavera era depois de amanhã, 
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã. 
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo? 
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo; 
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse. 
Por isso, se morrer agora, morro contente, 
Porque tudo é real e tudo está certo. 

Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem. 

Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele. 
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências. 
O que for, quando for, é que será o que é."

quarta-feira, 25 de março de 2015

Horário de verão em Portugal

Em Portugal também existe horário de verão.

E também há uma legislação específica sobre o tema. É sempre no último final de semana de março que os relógios adiantam uma hora. 

Então, no dia 29 de Março, quando for 1h os relógios devem ser adiantados para as 2h.

Tem sido assim... todos os anos...

E para quem está na região sudeste do Brasil, passamos a ter 4 horas de diferença de fuso horário.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Equinócio da Primavera 2015

A primavera chegará "oficialmente" no dia 20 de março às 22h45m.

E, por aqui, os campos e as árvores estão assim... Bem-vinda primavera!!!










domingo, 15 de março de 2015

O Tejo

"O Tejo" - Alberto Caeiro/Fernando Pessoa



"O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, 
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. 

O Tejo tem grandes navios 
E navega nele ainda, 
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente, 
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele."

domingo, 8 de março de 2015

Ser Poeta

E porque hoje é domingo...
E porque hoje é dia 8 de Março, dia Internacional da Mulher...

E só por isso, apresento a vocês, Florbela Espanca, poetisa portuguesa nascida em Vila Viçosa, mulher alentejana que partiu cedo... 

Florbela Espanca, in "Charneca em Flor" 


Ser Poeta


"Ser Poeta é ser mais alto, é ser maior 

Do que os homens! Morder como quem beija! 
É ser mendigo e dar como quem seja 
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor! 

É ter de mil desejos o esplendor 

E não saber sequer que se deseja! 
É ter cá dentro um astro que flameja, 
É ter garras e asas de condor! 

É ter fome, é ter sede de Infinito! 

Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim... 
É condensar o mundo num só grito! 

E é amar-te, assim, perdidamente... 

É seres alma e sangue e vida em mim 
E dizê-lo cantando a toda gente!"

sábado, 7 de março de 2015

Um dia de primavera

A previsão do tempo nos dá uns dias com temperaturas primaveris, antes da chegada "oficial" da primavera.

Fonte: IPMA

E quando, após o inverno, faz uns dias como esses, as pessoas que vivem por aqui saem para aproveitar o sol. Nem imaginam o bem que isso faz!



quarta-feira, 4 de março de 2015

Amendoeiras em flor

No ano passado eu contei para vocês um pouquinho sobre o inverno em Portugal. Até falei da lenda das amendoeiras em flor no Algarve. 

As amendoeiras normalmente não são muito conhecidas no Brasil. Pelo menos eu acho que na região sudeste do Brasil não há amendoeiras plantadas. Não sei se estas árvores se adaptariam àquele clima. Talvez não... afinal, as árvores de folhas caducas, que precisam de um certo estresse de inverno, baixas médias de temperatura, não se adaptariam naquele tipo de clima.

Mas, deixando os comentários de lado, vamos lá falar das amendoeiras e das amêndoas na cultura portuguesa. Já leram a lenda das amendoeiras? Não? Não deixem de ler... é uma história de amor! ;)

O inverno em Portugal não é tão rigoroso apesar de fazer frio durante bastante tempo. Na região de Lisboa, em fevereiro e março começam a aparecer as primeiras flores da primavera e uma das primeiras árvores que vemos floridas são as amendoeiras.

É tão bonito! Ainda é inverno, ainda está frio e mesmo assim a natureza vai dando sinais de vida.



As amendoeiras são árvores de folhas caducas. No outono caem todas as folhas. Em fevereiro e março começam a florescer. Ainda não nasceram as novas folhinhas e as árvores enchem-se de flores.

É no norte de Portugal que tem mais amendoeiras. Mas existem árvores por todo o país até ao Algarve. Nos meses de fevereiro e março, na época da floração, diversas cidades da região norte de Portugal tais como Vila Nova de Foz Côa, Mogadouro, Vila Flor, Torre de Moncorvo fazem festas nas cidades. Até organizam passeios para visitar as amendoeiras em flor.

Em fevereiro e março as amendoeiras estão em flor... 





E quando chega julho e agosto, é a época da colheita. 



As amêndoas são consideradas frutos secos. Existem amêndoas amargas usadas para fazer óleo e licores e as amêndoas doces que são comestíveis e são um dos símbolos da Páscoa em Portugal. 

Como a Páscoa se aproxima, podemos ver e comprar amêndoas cobertas com uma grande variedade de cores e sabores.

E vocês, gostam de amêndoas? Já conheciam as árvores?

segunda-feira, 2 de março de 2015

Claudinos

Os claudinos são um exemplar da pastelaria tradicional portuguesa.

Como eu já contei para vocês, cada um é de uma região e um dos que raramente encontramos em outros lados são os claudinos. 

Conheci-os na Costa de Caparica há alguns anos. Raramente os vejo em outros lugares. 

São simples e não são muito doces. Apenas duas tiras de massa folhada recheados com um creme de pasteleiro com um leve sabor a baunilha.