quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
Solstício de inverno 2015
Durante este ano eu escrevi várias vezes sobre o tempo. Escrevi sobre a previsão do tempo, sobre o calor e sobre as temperaturas falando muitas vezes em quanto fazia calor em determinado mês. Esse foi um ano com temperaturas mais altas que o "normal".
O ano está quase terminando e o inverno "oficialmente" chegando. Em horas de luz, hoje é o dia mais curto do ano por aqui. O sol nasceu às 07:52 e o pôr do sol será às 17:18.
O solstício de inverno acontecerá no dia 22 de dezembro às 04:48.
O ano está quase terminando e o inverno "oficialmente" chegando. Em horas de luz, hoje é o dia mais curto do ano por aqui. O sol nasceu às 07:52 e o pôr do sol será às 17:18.
O solstício de inverno acontecerá no dia 22 de dezembro às 04:48.
Bem-vindo inverno!
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
O inverno português e os tipos de aquecimento para casa
As temperaturas este ano estão "fora do normal" em Portugal. O mês de novembro foi o mês mais quente dos últimos 34 anos e dezembro também está, na minha opinião, mais quente, com temperaturas rondando os 20 graus durante o dia.
Pois é... mas mesmo assim, a noite está fresquinho e, dependendo de onde uma pessoa mora, tem mesmo que aquecer a casa.
O inverno em Portugal em geral não é tão intenso e cheio de neve como nos países do norte europeu mas quem vive por aqui sabe que precisa de aquecer a casa durante uma boa parte do ano. Dependendo do lugar em que a pessoa vive e do quão adaptada à temperatura a pessoa é este tempo pode ser até mais do que 6 meses.
Se uma pessoa for morar nas aldeias serranas ou na região norte interior pode ter bastante neve no inverno e aí ainda precisa de mais aquecimentos.
Um problema de algumas casas portuguesas, principalmente as mais antigas e com pouca exposição solar, é a baixa eficiência energética.
Mas... o que é isso?!
"Eficiência energética" tem a ver com o uso racional que fazemos da energia disponível ou seja, quanto mais eficiente (um eletrodoméstico, por exemplo) menor o consumo de energia.
Já viram aqueles adesivos nos eletrodomésticos "B", "A", "A+"? Quanto mais próximo do "A+++" mais eficiente e menos energia consome.
Podemos também falar de eficiência energética para as nossas casas. Sabe aquela janela que veda mal, aquela porta com uma pequena fresta, aqueles "buraquinhos" por onde entra um "ventinho"? Pois é...
Se uma pessoa mora "num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza" nem pensa nisso mas aqui temos que pensar. Casas com pouca exposição solar e com portas e janelas que vedam mal fazem com que o sistema de aquecimento utilizado nas casas tenha que trabalhar muito mais e, consequentemente, haverá um aumento dos gastos com aquecimento no inverno.
A legislação portuguesa atual prevê que todos os imóveis devem ter um "selo de eficiência energética". Para obter este selo é preciso que uma empresa certificadora avalie o imóvel e faça um relatório sobre o mesmo indicando quais as vantagens e desvantagens em termos de eficiência. Assim, o proprietário pode melhorar as condições do imóvel.
E falando de inverno e de aquecimentos...
Em Portugal existem vários tipos de aquecimento para as casas. Por exemplo, temos os aquecimentos a gás, a óleo diesel (gasóleo) e os recuperadores de aquecimento central a água.
Existem também aqueles que usam energia elétrica e podem ser emissores térmicos, acumuladores de calor, ar condicionado, radiadores a óleo e termo ventiladores.
As lareiras, as salamandras e as lareiras com recuperadores de calor a ar são os que usam lenha que também pode ser de vários tipos como: de azinho, de sobreiro, de oliveira, de pinheiro ou outras.
Para quem usa lenha também é importante saber qual tipo usar. Normalmente a lenha de azinho e de sobreiro são mais caras mas a madeira é bem mais dura e demora mais tempo para queimar (arder). Nesse sentido, acaba compensando pagar mais caro.
Quando eu procurava sobre os vários tipos de aquecimento encontrei este artigo que faz uma análise de vários deles. Apesar de não ser muito recente, dá para ter uma ideia do que uma pessoa/família pode gastar para instalar o equipamento necessário, conforme o tipo da casa e o tamanho do espaço que quer/precisa aquecer.
Claro, no caso dos aparelhos que usam eletricidade, se ficarem ligados o dia todo, os valores da conta de energia sobem muito no inverno mas, muuuuito mesmo! E como os "orçamentos" familiares às vezes são apertados, muitas pessoas economizam nessa despesa.
Esta é uma despesa importante e que deve ser considerada no orçamento familiar para que as pessoas sintam-se confortáveis em suas casas no inverno.
E você, qual o tipo de aquecimento tem na sua casa?
Pois é... mas mesmo assim, a noite está fresquinho e, dependendo de onde uma pessoa mora, tem mesmo que aquecer a casa.
O inverno em Portugal em geral não é tão intenso e cheio de neve como nos países do norte europeu mas quem vive por aqui sabe que precisa de aquecer a casa durante uma boa parte do ano. Dependendo do lugar em que a pessoa vive e do quão adaptada à temperatura a pessoa é este tempo pode ser até mais do que 6 meses.
Se uma pessoa for morar nas aldeias serranas ou na região norte interior pode ter bastante neve no inverno e aí ainda precisa de mais aquecimentos.
Um problema de algumas casas portuguesas, principalmente as mais antigas e com pouca exposição solar, é a baixa eficiência energética.
Mas... o que é isso?!
"Eficiência energética" tem a ver com o uso racional que fazemos da energia disponível ou seja, quanto mais eficiente (um eletrodoméstico, por exemplo) menor o consumo de energia.
Já viram aqueles adesivos nos eletrodomésticos "B", "A", "A+"? Quanto mais próximo do "A+++" mais eficiente e menos energia consome.
Se uma pessoa mora "num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza" nem pensa nisso mas aqui temos que pensar. Casas com pouca exposição solar e com portas e janelas que vedam mal fazem com que o sistema de aquecimento utilizado nas casas tenha que trabalhar muito mais e, consequentemente, haverá um aumento dos gastos com aquecimento no inverno.
A legislação portuguesa atual prevê que todos os imóveis devem ter um "selo de eficiência energética". Para obter este selo é preciso que uma empresa certificadora avalie o imóvel e faça um relatório sobre o mesmo indicando quais as vantagens e desvantagens em termos de eficiência. Assim, o proprietário pode melhorar as condições do imóvel.
E falando de inverno e de aquecimentos...
Em Portugal existem vários tipos de aquecimento para as casas. Por exemplo, temos os aquecimentos a gás, a óleo diesel (gasóleo) e os recuperadores de aquecimento central a água.
Existem também aqueles que usam energia elétrica e podem ser emissores térmicos, acumuladores de calor, ar condicionado, radiadores a óleo e termo ventiladores.
As lareiras, as salamandras e as lareiras com recuperadores de calor a ar são os que usam lenha que também pode ser de vários tipos como: de azinho, de sobreiro, de oliveira, de pinheiro ou outras.
Para quem usa lenha também é importante saber qual tipo usar. Normalmente a lenha de azinho e de sobreiro são mais caras mas a madeira é bem mais dura e demora mais tempo para queimar (arder). Nesse sentido, acaba compensando pagar mais caro.
Claro, no caso dos aparelhos que usam eletricidade, se ficarem ligados o dia todo, os valores da conta de energia sobem muito no inverno mas, muuuuito mesmo! E como os "orçamentos" familiares às vezes são apertados, muitas pessoas economizam nessa despesa.
Esta é uma despesa importante e que deve ser considerada no orçamento familiar para que as pessoas sintam-se confortáveis em suas casas no inverno.
E você, qual o tipo de aquecimento tem na sua casa?
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
Sistema Público de Saúde em Portugal
Hoje vou falar um pouco sobre como funciona o sistema público de saúde em Portugal.
Em qualquer país em que uma pessoa esteja é importante saber como funcionam os serviços em geral e também os de saúde. Nunca se sabe quando se vai precisar de atendimento, não é mesmo?
No Brasil e também em Portugal, a saúde é um direito garantido pela Constituição.
A Constituição Portuguesa, no seu artigo Artigo 64º diz: "Saúde:
1. Todos têm direito à proteção da saúde e o dever de a defender e promover.
2. O direito à proteção da saúde é realizado:
a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições
económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito.” (continua...)
Pois bem, proteção da saúde é um direito garantido na Constituição mas, e na prática, como funciona?
Resumindo, em Portugal há dois níveis de atenção à saúde no sistema público:
Normalmente, as pessoas que vivem em Portugal devem se registar (em Portugal não se fala "registrar", mas sim registar) em um CS da sua área de residência que lhes designará um médico de família (MF). No entanto, só o fato da pessoa se registrar em um Centro de Saúde não quer dizer que ela vá ter um médico de família.
No ano de 2012 havia mais de um milhão de portugueses sem um MF e atualmente, o governo tem feito algumas alterações nos serviços para que mais cidadãos possam ter MF. Cada médico de família é responsável por um número limitado de utentes.
Nesse ponto é "parecido" com o SUS brasileiro e o funcionamento das Equipes de Saúde da Família (mas só parecido).
Uma pessoa que queira ser atendida no CS marca uma consulta e dependendo do problema, pode ter que esperar uns dias pelo atendimento. Caso as pessoas não tenham um médico de família, os CS costumam ter um médico que atende diariamente e, normalmente, temos que esperar, do mesmo jeito que se esperaria para ser atendido em qualquer lugar.
Qualquer pessoa que more em Portugal, seja um cidadão nacional ou um imigrante com situação migratória regularizada tem direito ao mesmo tipo de atendimento nos serviços públicos de saúde.
Para ser atendido em um CS ou em um Hospital, a pessoa tem que pagar uma taxa moderadora. Isso é o "tendencialmente gratuito" de que fala a Constituição. Atualmente, a taxa moderadora para consultas nos CS é de 5 euros, mas algumas pessoas estão isentas de pagamento, dependendo da renda familiar.
Menores de 18 anos, mulheres grávidas, desempregados e alguns outros também não pagam taxas moderadoras e em geral, o serviço funciona.
Se for a uma consulta de especialidade em um hospital, a pessoa pagará 7,75 euros de taxa. Se for um atendimento de urgência pagará 20,60 euros.
Só pra lembrar, no Brasil o atendimento no SUS é gratuito.
O tempo de espera para ser atendido nos serviços de saúde em Portugal depende do local aonde se vá (CS ou Hospital), e também do tipo de consulta/especialidade que precise.
Os centros de saúde e hospitais públicos não atendem só aos inscritos. Se alguém precisar (por exemplo, um turista estrangeiro), também poderá ser atendido nesses serviços mas, se não for contribuinte da Segurança Social, vai pagar uma taxa mais alta que um usuário que tenha o "cartão de utente”, que é como se chama o cartão de saúde aqui. (usuário = utente)
Uma coisa boa para quem é brasileiro em Portugal é que existe um acordo entre a Seguridade Social Brasileira (INSS) e a Segurança Social (SS) portuguesa. Este acordo dá direito à assistência médica para os brasileiros em Portugal e para portugueses no Brasil, além de outros benefícios. Eu explico o direito à assistência médica neste texto.
Este texto que você acabou de ler foi escrito por mim e publicado pela primeira vez no blog Brasileiras pelo Mundo e está também disponível aqui.
Em qualquer país em que uma pessoa esteja é importante saber como funcionam os serviços em geral e também os de saúde. Nunca se sabe quando se vai precisar de atendimento, não é mesmo?
No Brasil e também em Portugal, a saúde é um direito garantido pela Constituição.
A Constituição Portuguesa, no seu artigo Artigo 64º diz: "Saúde:
1. Todos têm direito à proteção da saúde e o dever de a defender e promover.
2. O direito à proteção da saúde é realizado:
a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições
económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito.” (continua...)
Pois bem, proteção da saúde é um direito garantido na Constituição mas, e na prática, como funciona?
Resumindo, em Portugal há dois níveis de atenção à saúde no sistema público:
- Centros de Saúde (CS)
- Hospitais/Urgências
Normalmente, as pessoas que vivem em Portugal devem se registar (em Portugal não se fala "registrar", mas sim registar) em um CS da sua área de residência que lhes designará um médico de família (MF). No entanto, só o fato da pessoa se registrar em um Centro de Saúde não quer dizer que ela vá ter um médico de família.
No ano de 2012 havia mais de um milhão de portugueses sem um MF e atualmente, o governo tem feito algumas alterações nos serviços para que mais cidadãos possam ter MF. Cada médico de família é responsável por um número limitado de utentes.
Nesse ponto é "parecido" com o SUS brasileiro e o funcionamento das Equipes de Saúde da Família (mas só parecido).
Uma pessoa que queira ser atendida no CS marca uma consulta e dependendo do problema, pode ter que esperar uns dias pelo atendimento. Caso as pessoas não tenham um médico de família, os CS costumam ter um médico que atende diariamente e, normalmente, temos que esperar, do mesmo jeito que se esperaria para ser atendido em qualquer lugar.
Qualquer pessoa que more em Portugal, seja um cidadão nacional ou um imigrante com situação migratória regularizada tem direito ao mesmo tipo de atendimento nos serviços públicos de saúde.
Para ser atendido em um CS ou em um Hospital, a pessoa tem que pagar uma taxa moderadora. Isso é o "tendencialmente gratuito" de que fala a Constituição. Atualmente, a taxa moderadora para consultas nos CS é de 5 euros, mas algumas pessoas estão isentas de pagamento, dependendo da renda familiar.
Menores de 18 anos, mulheres grávidas, desempregados e alguns outros também não pagam taxas moderadoras e em geral, o serviço funciona.
Se for a uma consulta de especialidade em um hospital, a pessoa pagará 7,75 euros de taxa. Se for um atendimento de urgência pagará 20,60 euros.
Só pra lembrar, no Brasil o atendimento no SUS é gratuito.
O tempo de espera para ser atendido nos serviços de saúde em Portugal depende do local aonde se vá (CS ou Hospital), e também do tipo de consulta/especialidade que precise.
Os centros de saúde e hospitais públicos não atendem só aos inscritos. Se alguém precisar (por exemplo, um turista estrangeiro), também poderá ser atendido nesses serviços mas, se não for contribuinte da Segurança Social, vai pagar uma taxa mais alta que um usuário que tenha o "cartão de utente”, que é como se chama o cartão de saúde aqui. (usuário = utente)
Uma coisa boa para quem é brasileiro em Portugal é que existe um acordo entre a Seguridade Social Brasileira (INSS) e a Segurança Social (SS) portuguesa. Este acordo dá direito à assistência médica para os brasileiros em Portugal e para portugueses no Brasil, além de outros benefícios. Eu explico o direito à assistência médica neste texto.
Este texto que você acabou de ler foi escrito por mim e publicado pela primeira vez no blog Brasileiras pelo Mundo e está também disponível aqui.
sábado, 5 de dezembro de 2015
Natal em Portugal
Em 2013 eu escrevi este post sobre o Natal para o blog Brasileiras pelo Mundo. Partilho aqui com vocês para conhecerem, aprenderem e recordarem de algumas tradições de Natal em Portugal.
"Portugal é um estado laico mas um país tradicionalmente muito católico. Como o Natal é uma festa cristã, por aqui as tradições natalinas fazem parte da vida da maioria dos portugueses. Geralmente as pessoas que vivem em Lisboa e não são daqui, nesta época viajam para as suas terras para comemorar junto com suas famílias.
O Natal em Portugal até nem é muito diferente do natal brasileiro da minha infância mas ainda assim existem algumas diferenças. Eu também comia leitoa e peru assado na casa das minhas avós.
Para começar, sinto que as tradições cristãs do Natal ainda parecem mais fortes por aqui do que o apelo consumista de Papai Noel que por aqui se chama “Pai Natal”.
Os portugueses costumam chamar de consoada a festa/jantar que acontece na noite do dia 24 de dezembro. O jantar é servido antes da meia-noite para que as pessoas possam ir à missa do galo.
Uma das tradições desta época é montar o presépio. Existem por aqui umas figuras pequenas de gesso, pintadas, representando Jesus, Maria, José e as outras figuras do presépio. É normal (embora pouco comum nas regiões urbanas) vermos algumas pessoas pelos campos a procura de musgo que vai servir de “tapete” para as figuras do presépio.
No último sábado quando fui à feira lá estavam os escoteiros vendendo musgo para aqueles que não andam pelos campos a procura dele. Também era possível comprar as figuras para montar o presépio. As pessoas normalmente também montam árvores de Natal onde colocam os presentes.
Agora vou falar do que eu acho “o melhor da festa”: as comidas. No jantar de Natal normalmente come-se bacalhau! Sim, “Bacalhau com Todos”. O bacalhau é o prato principal na maioria das regiões de Portugal. No norte do país também se come polvo que pode ser empanado e frito ou assado no forno.
O “Bacalhau com Todos” é um prato típico português. Para quem não sabe, é o bacalhau cozido acompanhado de grão-de-bico, batatas, cenouras, ovo e couve. Por cima coloca-se cebola e salsa picadinha. Fora da época natalina normalmente fazemos o bacalhau com couve lombarda (uma espécie de repolho) mas, no Natal, o bacalhau é acompanhado de batatas, ovos e couve portuguesa. Para o almoço do dia 25, em algumas regiões, há o peru recheado e assado.
Antigamente, ainda nos anos 1950, havia uns vendedores de peru que saiam com as aves vivas pelas ruas nessa época do ano. Essa imagem está representada num dos muitos painéis de azulejos que existem no mercado municipal de Cascais.
Na região centro do país come-se cabrito assado com batatas, que é muuuito bom! Já na região do Alentejo come-se peru assado e também carne de porco, normalmente assada. Como em Lisboa vivem famílias de todos os cantos do país, é normal haver bacalhau mas também o que as pessoas trazem de suas tradições familiares.
Uma outra comida para o almoço do dia 25 é a “roupa velha” que é um prato feito com o que sobrou do bacalhau da noite anterior. Para fazer a “roupa velha” faz-se lascas com o bacalhau, corta as batatas, as couves e os ovos em pedaços pequenos. Mistura todos os ingredientes. Leve ao fogo um pouco de azeite e dentes de alho picadinhos. Depois coloca o azeite com o alho sobre os ingredientes e mistura tudo.
Os frutos secos também fazem parte das tradições: amêndoas, nozes, avelãs, figos secos e passas. Também as sobremesas são muito importantes, entre elas: rabanadas (também chamadas de fatias douradas), aletria, azevias de grão-de-bico ou batata-doce, filhoses, leite-creme, formigos, arroz-doce, lampreia, etc. Outro dia, em outro post, eu falo sobre a doçaria tradicional portuguesa, está prometido!
Mas uma tradição que não pode mesmo faltar é o bolo principal: o Bolo-Rei! Pois é, por aqui o panetone é raro (afinal, panetone é italiano). O bolo-rei é um bolo redondo com um buraco no meio com passas, frutos secos e frutas cristalizadas. Havia também uma tradição associada ao bolo-rei.
Dentro do bolo, na massa, havia dois “presentinhos”. Um era um brinde que dava sorte a quem o encontrasse e o outro era uma fava. Quem encontrasse a fava no seu pedaço de bolo tinha a obrigação de pagar o próximo bolo-rei. Já não há presentinhos no bolo… foi proibido… disseram que as crianças podiam se engasgar…
Outra tradição de Natal em Portugal é o circo. É isso mesmo: CIRCO! Nessa época existem vários circos pelas cidades e algumas empresas costumam dar bilhetes para seus funcionários irem com suas famílias ver o circo. Eu não vou ao circo e penso que muita gente também não vai porque, das pessoas que conheço, nenhuma vai. Mas para quem gosta, também passam o circo da família real de Mônaco na programação de Natal na televisão.
Bom gente, depois de contar um pouquinho como é o Natal por aqui, desejo a todos um Natal muito feliz, em qualquer lugar que estejam, no Brasil e pelo mundo!
FELIZ NATAL!!!
Este texto foi escrito por mim e publicado pela primeira vez no blogue Brasileiras pelo Mundo e está disponível neste link.
"Portugal é um estado laico mas um país tradicionalmente muito católico. Como o Natal é uma festa cristã, por aqui as tradições natalinas fazem parte da vida da maioria dos portugueses. Geralmente as pessoas que vivem em Lisboa e não são daqui, nesta época viajam para as suas terras para comemorar junto com suas famílias.
Para começar, sinto que as tradições cristãs do Natal ainda parecem mais fortes por aqui do que o apelo consumista de Papai Noel que por aqui se chama “Pai Natal”.
Os portugueses costumam chamar de consoada a festa/jantar que acontece na noite do dia 24 de dezembro. O jantar é servido antes da meia-noite para que as pessoas possam ir à missa do galo.
Uma das tradições desta época é montar o presépio. Existem por aqui umas figuras pequenas de gesso, pintadas, representando Jesus, Maria, José e as outras figuras do presépio. É normal (embora pouco comum nas regiões urbanas) vermos algumas pessoas pelos campos a procura de musgo que vai servir de “tapete” para as figuras do presépio.
No último sábado quando fui à feira lá estavam os escoteiros vendendo musgo para aqueles que não andam pelos campos a procura dele. Também era possível comprar as figuras para montar o presépio. As pessoas normalmente também montam árvores de Natal onde colocam os presentes.
Agora vou falar do que eu acho “o melhor da festa”: as comidas. No jantar de Natal normalmente come-se bacalhau! Sim, “Bacalhau com Todos”. O bacalhau é o prato principal na maioria das regiões de Portugal. No norte do país também se come polvo que pode ser empanado e frito ou assado no forno.
O “Bacalhau com Todos” é um prato típico português. Para quem não sabe, é o bacalhau cozido acompanhado de grão-de-bico, batatas, cenouras, ovo e couve. Por cima coloca-se cebola e salsa picadinha. Fora da época natalina normalmente fazemos o bacalhau com couve lombarda (uma espécie de repolho) mas, no Natal, o bacalhau é acompanhado de batatas, ovos e couve portuguesa. Para o almoço do dia 25, em algumas regiões, há o peru recheado e assado.
Antigamente, ainda nos anos 1950, havia uns vendedores de peru que saiam com as aves vivas pelas ruas nessa época do ano. Essa imagem está representada num dos muitos painéis de azulejos que existem no mercado municipal de Cascais.
Uma outra comida para o almoço do dia 25 é a “roupa velha” que é um prato feito com o que sobrou do bacalhau da noite anterior. Para fazer a “roupa velha” faz-se lascas com o bacalhau, corta as batatas, as couves e os ovos em pedaços pequenos. Mistura todos os ingredientes. Leve ao fogo um pouco de azeite e dentes de alho picadinhos. Depois coloca o azeite com o alho sobre os ingredientes e mistura tudo.
Os frutos secos também fazem parte das tradições: amêndoas, nozes, avelãs, figos secos e passas. Também as sobremesas são muito importantes, entre elas: rabanadas (também chamadas de fatias douradas), aletria, azevias de grão-de-bico ou batata-doce, filhoses, leite-creme, formigos, arroz-doce, lampreia, etc. Outro dia, em outro post, eu falo sobre a doçaria tradicional portuguesa, está prometido!
Mas uma tradição que não pode mesmo faltar é o bolo principal: o Bolo-Rei! Pois é, por aqui o panetone é raro (afinal, panetone é italiano). O bolo-rei é um bolo redondo com um buraco no meio com passas, frutos secos e frutas cristalizadas. Havia também uma tradição associada ao bolo-rei.
Dentro do bolo, na massa, havia dois “presentinhos”. Um era um brinde que dava sorte a quem o encontrasse e o outro era uma fava. Quem encontrasse a fava no seu pedaço de bolo tinha a obrigação de pagar o próximo bolo-rei. Já não há presentinhos no bolo… foi proibido… disseram que as crianças podiam se engasgar…
Outra tradição de Natal em Portugal é o circo. É isso mesmo: CIRCO! Nessa época existem vários circos pelas cidades e algumas empresas costumam dar bilhetes para seus funcionários irem com suas famílias ver o circo. Eu não vou ao circo e penso que muita gente também não vai porque, das pessoas que conheço, nenhuma vai. Mas para quem gosta, também passam o circo da família real de Mônaco na programação de Natal na televisão.
Bom gente, depois de contar um pouquinho como é o Natal por aqui, desejo a todos um Natal muito feliz, em qualquer lugar que estejam, no Brasil e pelo mundo!
FELIZ NATAL!!!
Este texto foi escrito por mim e publicado pela primeira vez no blogue Brasileiras pelo Mundo e está disponível neste link.
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
A arte dos chocalhos
Os chocalhos foram hoje declarados como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO com Necessidade de Salvaguarda Urgente.
Já só restam 13 mestres chocalheiros no país e a maioria tem mais de 70 anos. É na região do Alentejo, no concelho de Viana do Alentejo e mais especificamente na freguesia de Alcáçovas que a tradição ainda se mantém.
Vejam mais sobre esta arte neste vídeo.
Parabéns a todos os envolvidos no projeto! E que esta tradição não se perca!
Já só restam 13 mestres chocalheiros no país e a maioria tem mais de 70 anos. É na região do Alentejo, no concelho de Viana do Alentejo e mais especificamente na freguesia de Alcáçovas que a tradição ainda se mantém.
Vejam mais sobre esta arte neste vídeo.
Parabéns a todos os envolvidos no projeto! E que esta tradição não se perca!
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
Não digas nada
E porque hoje faz 80 anos que Pessoa partiu...
"Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer
Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada."
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
"Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer
Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada."
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
Outono é...
Ainda estamos no outono! (apesar do friozinho já estar chegando por aqui...)
Viver a vida em Portugal no outono é:
Saber que chove e, às vezes, chove muito!
Saber que os dias são mais curtos e o pôr do sol acontece mais cedo mas... Pode ser incrível!
As folhas da maioria das árvores caem. Os passeios, as ruas e os jardins ficam cheios de folhas!
É tempo de castanhas e de cheiro de castanhas assadas no ar!
É tempo de marmelos e de marmelada! Hummm!
Não saber o que vestir porque durante o dia pode fazer um calorzinho de 20 graus e de noite um frio chato...
E assim os dias vão passando...
dias de chuva, dias de sol, dias de outono!
Viver a vida em Portugal no outono é:
Saber que chove e, às vezes, chove muito!
Saber que os dias são mais curtos e o pôr do sol acontece mais cedo mas... Pode ser incrível!
As folhas da maioria das árvores caem. Os passeios, as ruas e os jardins ficam cheios de folhas!
É tempo de castanhas e de cheiro de castanhas assadas no ar!
É tempo de marmelos e de marmelada! Hummm!
Não saber o que vestir porque durante o dia pode fazer um calorzinho de 20 graus e de noite um frio chato...
E assim os dias vão passando...
dias de chuva, dias de sol, dias de outono!
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
Vem aí o friooooo!!!
E não é que depois de um loooongo verão os dias frios estão chegando?
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) já fez a previsão e a Autoridade Nacional para a Proteção Civil (ANPC) avisou!
Gente, se prepara!
Principalmente se você viver no Norte e nas terras altas. A partir de sábado vai ter vento forte e formação de gelo e geada nos vales do interior. Também está prevista a queda de neve na Serra da Estrela.
E quando neva na Serra da Estrela, é como se abríssemos o congelador por aqui. Quando vem o vento frio pode saber... Tem neve na Serra da Estrela!
E pra não esquecer, guardo aqui as previsões do tempo para o concelho de Lisboa.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) já fez a previsão e a Autoridade Nacional para a Proteção Civil (ANPC) avisou!
Gente, se prepara!
Principalmente se você viver no Norte e nas terras altas. A partir de sábado vai ter vento forte e formação de gelo e geada nos vales do interior. Também está prevista a queda de neve na Serra da Estrela.
E quando neva na Serra da Estrela, é como se abríssemos o congelador por aqui. Quando vem o vento frio pode saber... Tem neve na Serra da Estrela!
E pra não esquecer, guardo aqui as previsões do tempo para o concelho de Lisboa.
Fonte: IPMA |
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
10 Razões para morar em Portugal
Muita gente pensa em Portugal como o país do bacalhau e do vinho, não é mesmo? Pois é, mas Portugal é muito mais que isso e tem muitos motivos que nos fazem viver por aqui. Vou contar um pouquinho para vocês.
1 – O tamanho do país: Portugal é um país pequenino com pouco mais de 92.000 quilômetros quadrados. Em pouco tempo podemos viajar pelo país e ver muitas coisas mas, para conhecer mesmo, só vivendo aqui. Há tanta história em cada cantinho e tantas paisagens bonitas e diferentes em cada região que só quem mora no lugar pode aproveitar. E além de Portugal continental, os arquipélagos da Madeira e dos Açores são muito bonitos e merecem serem visitados. Podem ver um pouquinho da cidade da Horta, na Ilha do Faial aqui nesta foto.
2 - O clima: Portugal tem um clima agradável na maior parte do ano com inverno chuvoso e verão seco. O sul do país (Algarve) é a região mais quente com temperatura média de 13 graus no inverno. Na região de Lisboa, em janeiro, no mês mais frio do inverno, a temperatura média ronda os 8 graus. Considerando o norte da Europa, Portugal tem um clima fantástico e muitos outros europeus como alemães e ingleses compram casa no Algarve para viver a sua aposentadoria. E ainda tem a Serra da Estrela onde neva muito no inverno e está a pouco mais de 200 Km de Lisboa. Portanto, temos clima e temperatura para todos os gostos.
3 – As praias: Com um clima desses, com verão quente, só temos que aproveitar as praias. A costa portuguesa em Portugal continental tem mais de 900 Km de extensão e muitas praias para se aproveitar. O Algarve tem a água do mar mais quentinha podendo atingir os 23 a 24 graus no verão.
4 – A história e a cultura: Para quem gosta de história tem sempre algumas ruínas romanas, algum castelo e algum palácio para visitar. E na maior parte do país, e não somente nas grandes cidades como Lisboa e Porto, há sempre algum evento acontecendo. Às vezes são tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que fica até difícil escolher. Ah, e tem também as festas de verão. Embora o clima do país não seja muito mal, é a partir de maio e no verão que acontece a maioria das festas das cidades. Em junho temos as festas de Lisboa, de Oeiras, de Évora, em agosto as festas de Cascais, em setembro a feira de São Mateus em Viseu, a feira mais antiga da Península Ibérica e já tem mais de 600 anos de história, além de tantas outras nas cidades menores.
5 - Música: O fado é a tradicional música portuguesa e foi considerado patrimônio da humanidade. Amália (já falecida) é a mais famosa fadista portuguesa. Carlos do Carmo ganhou o Grammy este ano na categoria “Lifetime Achievement” pelo conjunto da sua obra. Muitos outros fadistas mais novos continuam a cantar este estilo musical tão português. É, mas Portugal não vive só de fado. Tantos outros artistas portugueses produzem muito boa música por aqui. É só ouvir!
6 – A educação pública: É gratuita e de qualidade para todas as crianças e jovens desde a pré-escola até ao ensino médio e obrigatório dos 5 aos 18 anos de idade. O Ministério da Educação tem desenvolvido vários projetos e programas de promoção do sucesso escolar e o país tem progredido acentuadamente nos “rankings” mundiais, encontrando-se atualmente já próximo dos países da frente. Estes resultados foram obtidos através de grandes investimentos em formação de professores, nos edifícios escolares, na introdução de tecnologias no ensino e um apoio acrescido aos alunos que revelam dificuldades de aprendizagem. Todas as escolas oferecem aos alunos esporte, bibliotecas escolares bem equipadas e laboratórios para o ensino das ciências. Todas as crianças começam a aprender inglês aos 8 anos e uma segunda língua estrangeira a partir dos 12. E, além de tudo, um estudante não precisa estudar em escolas particulares para entrar nas Universidades públicas.
7 – O Serviço Nacional de Saúde: O SNS atual foi criado em 1979. Desde então muita coisa melhorou na saúde portuguesa e os indicadores de saúde revelam. Basta ver a taxa de mortalidade infantil que abaixou de 24,3 em 1980 para 2,9/1000 nascidos vivos em 2013. O SNS é regulado por taxas moderadoras mas estão isentos de pagamento os desempregados, as crianças até 12 anos, pessoas com baixa renda, grávidas e parturientes, entre outros. Como em todo sistema de saúde, pode ser que você encontre defeitos mas, em geral, funciona bem!
8 – Transportes públicos nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto: Essas duas cidades concentram a maioria da população residente em Portugal e suas áreas metropolitanas são servidas por uma ampla rede de transportes que incluem ônibus (autocarros), bondinhos (elétricos), trens (comboios) e ainda barcos. É possível ir de comboio de Lisboa a Cascais (30 Km) em 30 minutos apreciando o oceano Atlântico. Muito bom, não é mesmo?
9 - A segurança: Portugal é um país seguro e a criminalidade tem diminuído ao longo dos anos. Infelizmente ainda existe mas, de acordo com os Relatórios de Segurança Interna, de 2012 para 2013 houve uma redução de 6,9% na criminalidade global que ocorreu no país. Uns dos maiores problemas são furtos em automóveis e dirigir com taxa de álcool no sangue acima da permitida.
E para concluir vou falar dos famosos: o bacalhau e o vinho.
10– A gastronomia: A comida em Portugal é muito boa, variada e barata e, se você gosta de comer bacalhau e beber vinho, chegou ao paraíso. Em Portugal diz-se que existe uma receita de bacalhau por cada dia do ano (mas tenho certeza que existe mais). Você pode comer bacalhau à Brás, com natas, à lagareiro, à Gomes Sá, feijoada de bacalhau, etc. De acordo com estatísticas recentes, cada português consome 6 quilos de bacalhau por ano.
Além do bacalhau também temos feijoada (diferente da brasileira), cozido à portuguesa, carne de porco à alentejana, açordas, excelentes peixes e mariscos e ainda tantos outros pratos típicos e deliciosos. E a famosa sardinha assada!
No quesito vinhos, Portugal é um grande produtor e muitos vinhos portugueses já ganharam prêmios internacionais. De acordo com a Revista de Vinhos, em 2012 o país produziu 630 milhões de litros e a região que mais produziu foi a do Douro. Há excelentes vinhos produzidos no Douro, no Dão, no Alentejo, na Bairrada, todas regiões produtoras. Há também os excelentes vinhos licorosos como o do Porto e o Moscatel de Setúbal. Há vinhos para todos os gostos e bolsos e até tem vinhos em embalagens tetrapak por menos de 1 euro o litro. Mas, esqueça estes. Há bons vinhos a partir de 3 euros a garrafa. Acredite!
Ficou com vontade? Então venha experimentar um pouco da terrinha passeando por aqui.
Este post foi escrito por mim para o Especial "10 razões para morar em... " do blog Brasileiras pelo Mundo e foi publicado pela primeira vez em outubro de 2014. O texto está disponível aqui.
1 – O tamanho do país: Portugal é um país pequenino com pouco mais de 92.000 quilômetros quadrados. Em pouco tempo podemos viajar pelo país e ver muitas coisas mas, para conhecer mesmo, só vivendo aqui. Há tanta história em cada cantinho e tantas paisagens bonitas e diferentes em cada região que só quem mora no lugar pode aproveitar. E além de Portugal continental, os arquipélagos da Madeira e dos Açores são muito bonitos e merecem serem visitados. Podem ver um pouquinho da cidade da Horta, na Ilha do Faial aqui nesta foto.
2 - O clima: Portugal tem um clima agradável na maior parte do ano com inverno chuvoso e verão seco. O sul do país (Algarve) é a região mais quente com temperatura média de 13 graus no inverno. Na região de Lisboa, em janeiro, no mês mais frio do inverno, a temperatura média ronda os 8 graus. Considerando o norte da Europa, Portugal tem um clima fantástico e muitos outros europeus como alemães e ingleses compram casa no Algarve para viver a sua aposentadoria. E ainda tem a Serra da Estrela onde neva muito no inverno e está a pouco mais de 200 Km de Lisboa. Portanto, temos clima e temperatura para todos os gostos.
3 – As praias: Com um clima desses, com verão quente, só temos que aproveitar as praias. A costa portuguesa em Portugal continental tem mais de 900 Km de extensão e muitas praias para se aproveitar. O Algarve tem a água do mar mais quentinha podendo atingir os 23 a 24 graus no verão.
4 – A história e a cultura: Para quem gosta de história tem sempre algumas ruínas romanas, algum castelo e algum palácio para visitar. E na maior parte do país, e não somente nas grandes cidades como Lisboa e Porto, há sempre algum evento acontecendo. Às vezes são tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que fica até difícil escolher. Ah, e tem também as festas de verão. Embora o clima do país não seja muito mal, é a partir de maio e no verão que acontece a maioria das festas das cidades. Em junho temos as festas de Lisboa, de Oeiras, de Évora, em agosto as festas de Cascais, em setembro a feira de São Mateus em Viseu, a feira mais antiga da Península Ibérica e já tem mais de 600 anos de história, além de tantas outras nas cidades menores.
5 - Música: O fado é a tradicional música portuguesa e foi considerado patrimônio da humanidade. Amália (já falecida) é a mais famosa fadista portuguesa. Carlos do Carmo ganhou o Grammy este ano na categoria “Lifetime Achievement” pelo conjunto da sua obra. Muitos outros fadistas mais novos continuam a cantar este estilo musical tão português. É, mas Portugal não vive só de fado. Tantos outros artistas portugueses produzem muito boa música por aqui. É só ouvir!
6 – A educação pública: É gratuita e de qualidade para todas as crianças e jovens desde a pré-escola até ao ensino médio e obrigatório dos 5 aos 18 anos de idade. O Ministério da Educação tem desenvolvido vários projetos e programas de promoção do sucesso escolar e o país tem progredido acentuadamente nos “rankings” mundiais, encontrando-se atualmente já próximo dos países da frente. Estes resultados foram obtidos através de grandes investimentos em formação de professores, nos edifícios escolares, na introdução de tecnologias no ensino e um apoio acrescido aos alunos que revelam dificuldades de aprendizagem. Todas as escolas oferecem aos alunos esporte, bibliotecas escolares bem equipadas e laboratórios para o ensino das ciências. Todas as crianças começam a aprender inglês aos 8 anos e uma segunda língua estrangeira a partir dos 12. E, além de tudo, um estudante não precisa estudar em escolas particulares para entrar nas Universidades públicas.
7 – O Serviço Nacional de Saúde: O SNS atual foi criado em 1979. Desde então muita coisa melhorou na saúde portuguesa e os indicadores de saúde revelam. Basta ver a taxa de mortalidade infantil que abaixou de 24,3 em 1980 para 2,9/1000 nascidos vivos em 2013. O SNS é regulado por taxas moderadoras mas estão isentos de pagamento os desempregados, as crianças até 12 anos, pessoas com baixa renda, grávidas e parturientes, entre outros. Como em todo sistema de saúde, pode ser que você encontre defeitos mas, em geral, funciona bem!
8 – Transportes públicos nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto: Essas duas cidades concentram a maioria da população residente em Portugal e suas áreas metropolitanas são servidas por uma ampla rede de transportes que incluem ônibus (autocarros), bondinhos (elétricos), trens (comboios) e ainda barcos. É possível ir de comboio de Lisboa a Cascais (30 Km) em 30 minutos apreciando o oceano Atlântico. Muito bom, não é mesmo?
9 - A segurança: Portugal é um país seguro e a criminalidade tem diminuído ao longo dos anos. Infelizmente ainda existe mas, de acordo com os Relatórios de Segurança Interna, de 2012 para 2013 houve uma redução de 6,9% na criminalidade global que ocorreu no país. Uns dos maiores problemas são furtos em automóveis e dirigir com taxa de álcool no sangue acima da permitida.
E para concluir vou falar dos famosos: o bacalhau e o vinho.
10– A gastronomia: A comida em Portugal é muito boa, variada e barata e, se você gosta de comer bacalhau e beber vinho, chegou ao paraíso. Em Portugal diz-se que existe uma receita de bacalhau por cada dia do ano (mas tenho certeza que existe mais). Você pode comer bacalhau à Brás, com natas, à lagareiro, à Gomes Sá, feijoada de bacalhau, etc. De acordo com estatísticas recentes, cada português consome 6 quilos de bacalhau por ano.
Além do bacalhau também temos feijoada (diferente da brasileira), cozido à portuguesa, carne de porco à alentejana, açordas, excelentes peixes e mariscos e ainda tantos outros pratos típicos e deliciosos. E a famosa sardinha assada!
No quesito vinhos, Portugal é um grande produtor e muitos vinhos portugueses já ganharam prêmios internacionais. De acordo com a Revista de Vinhos, em 2012 o país produziu 630 milhões de litros e a região que mais produziu foi a do Douro. Há excelentes vinhos produzidos no Douro, no Dão, no Alentejo, na Bairrada, todas regiões produtoras. Há também os excelentes vinhos licorosos como o do Porto e o Moscatel de Setúbal. Há vinhos para todos os gostos e bolsos e até tem vinhos em embalagens tetrapak por menos de 1 euro o litro. Mas, esqueça estes. Há bons vinhos a partir de 3 euros a garrafa. Acredite!
Ficou com vontade? Então venha experimentar um pouco da terrinha passeando por aqui.
Este post foi escrito por mim para o Especial "10 razões para morar em... " do blog Brasileiras pelo Mundo e foi publicado pela primeira vez em outubro de 2014. O texto está disponível aqui.
terça-feira, 10 de novembro de 2015
Água-pé
Você já bebeu água-pé? E, sabe o que é?
Água-pé é... um vinho "aguado". É uma bebida portuguesa tradicional com baixo teor alcoólico. Diz-se que é feita da mistura de vinho novo e água.
No dia de São Martinho comemos castanhas assadas e bebemos água-pé. É nessa época do ano que o vinho está "pronto" e até se diz que "No São Martinho, vai à adega e abre o vinho"!
É uma bebida leve e bebe-se fácil. Por isso, cuidado! ;)
Água-pé é... um vinho "aguado". É uma bebida portuguesa tradicional com baixo teor alcoólico. Diz-se que é feita da mistura de vinho novo e água.
No dia de São Martinho comemos castanhas assadas e bebemos água-pé. É nessa época do ano que o vinho está "pronto" e até se diz que "No São Martinho, vai à adega e abre o vinho"!
É uma bebida leve e bebe-se fácil. Por isso, cuidado! ;)
sábado, 7 de novembro de 2015
Verão de São Martinho
Quem mora em Portugal, na região de Lisboa, e gosta de calor, este ano não pode reclamar. Já estamos em novembro e ainda não tivemos dias frios. Tem feito dias com uns 20 graus de temperatura. Mas hoje foi "quase" um dia de verão. Em Lisboa durante o dia fez 24 graus!
Claro que "sentir frio" também é um pouco relativo porque, quem vive na linha do equador com temperaturas de 35 graus, quando está 20 graus sente frio mas, para quem vive no norte da Europa, com 20 graus eles ainda estão indo a praia.
Fato é que este ano, na minha opinião, tem sido muito quente e talvez o mais quente desde que conheço Portugal. E já são muuuiiitos anos!
Isso tudo só pra dizer que já estamos em novembro e ainda temos dias de calor. É o verão de São Martinho!
Conhecem a lenda? Não?
Normalmente no mês de novembro costuma estar mal tempo, com chuva e frio. Durante alguns dias o tempo melhora, para a chuva e o tempo aquece um pouco, daí o nome “Verão de São Martinho”.
Segundo a lenda, num dia de tempestade, São Martinho ajudou um mendigo na estrada cortando parte de sua capa militar para cobrir o mendigo. Após este ato, a chuva parou, o céu ficou limpo e azul e o sol aqueceu o dia.
E assim, no dia 11 de novembro comemoramos o dia de São Martinho. Nesse dia comemos castanhas assadas e tomamos água-pé.
Um bom dia de São Martinho para todos!
Claro que "sentir frio" também é um pouco relativo porque, quem vive na linha do equador com temperaturas de 35 graus, quando está 20 graus sente frio mas, para quem vive no norte da Europa, com 20 graus eles ainda estão indo a praia.
Fato é que este ano, na minha opinião, tem sido muito quente e talvez o mais quente desde que conheço Portugal. E já são muuuiiitos anos!
Isso tudo só pra dizer que já estamos em novembro e ainda temos dias de calor. É o verão de São Martinho!
Conhecem a lenda? Não?
Normalmente no mês de novembro costuma estar mal tempo, com chuva e frio. Durante alguns dias o tempo melhora, para a chuva e o tempo aquece um pouco, daí o nome “Verão de São Martinho”.
Segundo a lenda, num dia de tempestade, São Martinho ajudou um mendigo na estrada cortando parte de sua capa militar para cobrir o mendigo. Após este ato, a chuva parou, o céu ficou limpo e azul e o sol aqueceu o dia.
E assim, no dia 11 de novembro comemoramos o dia de São Martinho. Nesse dia comemos castanhas assadas e tomamos água-pé.
Um bom dia de São Martinho para todos!
domingo, 1 de novembro de 2015
Terremoto e Tsunami em 1755
Foi no dia 1 de novembro de 1755, há exatos 260 anos, que Lisboa sofreu uma das maiores catástrofes já vividas por este país.
Um terremoto de grande magnitude seguido de um enorme tsunami mudou completamente a cidade de Lisboa. A cidade foi afetada por vários incêndios que duraram muitos dias, milhares de pessoas morreram e muitos edifícios foram completamente destruídos.
O mosteiro dos Jerônimos foi duramente afetado e ficou bastante destruído durante mais de 100 anos até que foi reconstruído. O convento do Carmo, localizado no Largo do Carmo nunca chegou a ser restaurado e mantém-se ainda hoje com o que "sobrou" após o terremoto. No convento funciona atualmente o Museu Arqueológico do Carmo.
Consta que o tsunami que ocorreu após o terremoto teria ido até onde hoje está a Rotunda do Marques de Pombal e o Parque Eduardo VII. Para quem conhece de perto, imagine o que é toda a baixa lisboeta debaixo de água, subindo pela Avenida da Liberdade...
Existem muitas imagens, pinturas e gravuras representando o ocorrido.
O Smithsonian Channel fez um vídeo mostrando como teria ocorrido este fato que, com certeza mudou para sempre a história da cidade.
Quem vive em Lisboa e em Portugal sabe que é possível ocorrer outro terremoto de grandes dimensões como já havia ocorrido um registrado na história lisboeta, em 26 de janeiro de 1531. Esperemos que a cidade esteja preparada!
Obs. A grafia para o português variante brasileira é "terremoto" e "terramoto" em Portugal.
Um terremoto de grande magnitude seguido de um enorme tsunami mudou completamente a cidade de Lisboa. A cidade foi afetada por vários incêndios que duraram muitos dias, milhares de pessoas morreram e muitos edifícios foram completamente destruídos.
O mosteiro dos Jerônimos foi duramente afetado e ficou bastante destruído durante mais de 100 anos até que foi reconstruído. O convento do Carmo, localizado no Largo do Carmo nunca chegou a ser restaurado e mantém-se ainda hoje com o que "sobrou" após o terremoto. No convento funciona atualmente o Museu Arqueológico do Carmo.
Consta que o tsunami que ocorreu após o terremoto teria ido até onde hoje está a Rotunda do Marques de Pombal e o Parque Eduardo VII. Para quem conhece de perto, imagine o que é toda a baixa lisboeta debaixo de água, subindo pela Avenida da Liberdade...
Existem muitas imagens, pinturas e gravuras representando o ocorrido.
Gravura em cobre. Museu da Cidade. Lisboa, Portugal. |
"Alegoria ao Terramoto de 1755" de João Glama Stroberle. Museu Nacional de Arte Antiga |
O Smithsonian Channel fez um vídeo mostrando como teria ocorrido este fato que, com certeza mudou para sempre a história da cidade.
Quem vive em Lisboa e em Portugal sabe que é possível ocorrer outro terremoto de grandes dimensões como já havia ocorrido um registrado na história lisboeta, em 26 de janeiro de 1531. Esperemos que a cidade esteja preparada!
Obs. A grafia para o português variante brasileira é "terremoto" e "terramoto" em Portugal.
sábado, 24 de outubro de 2015
Custo de vida em Portugal
Recebo muitos emails perguntando sobre o custo de vida em Portugal. Para mim é difícil responder a esse tipo de pergunta sem conhecer a pessoa que pergunta porque, para mim, tudo depende de "como" e "onde" cada um "gosta", "pode" ou "quer" gastar o dinheiro que tem. Escrevi este post para o Brasileiras pelo Mundo e partilho aqui também com vocês.
"Outro dia fui ver as ruínas da Muralha de D. Diniz, muralhas medievais construídas no tempo em que D. Diniz era Rei de Portugal (1279-1325) e havia também uma exposição sobre o dinheiro. Naqueles tempos medievais, em Portugal, era necessário instituir o valor do dinheiro, do trabalho e dos bens para que, em todos os lugares, se soubesse quanto uma pessoa deveria receber pelo seu trabalho ou quanto custava, por exemplo, um cabrito, uma galinha, um ovo etc. Foi em 1253 que D. Diniz instituiu a lei da almotaçaria. Para quem ainda não sabia, almotaçar é o ato de colocar o preço nas coisas.
E por que estou contando esta história? Porque se naquele tempo era através de uma "Lei" que se colocava o preço nas coisas, hoje em dia o "preço" de determinado produto está ligado à aspectos simbólicos e ao "preço" do país.
Podem ser vários os motivos que levam uma pessoa e/ou uma família a mudar de país. Um dos fatores que preocupa uma pessoa quando emigra é o custo de vida do país que escolheu para viver. A Christine escreveu um texto interessante sobre o tema, a Cintia Beatrice falou sobre o custo de vida na Holanda, a Allane já contou como é em Munique e a Aline já escreveu sobre o custo de vida em Perth.
Custo de vida é um conceito e, como tal, define-se pela soma dos preços pagos pelos diversos bens e serviços que são consumidos pelas pessoas. E, hoje em dia, isso tudo é bastante relativo porque envolve, também, as crenças e os valores dos "consumidores". Por exemplo, há quem não se importe em comprar uma roupa usada numa feira de rua mas existem pessoas que dão valor e só compram roupas com etiquetas de marcas famosas.
Eu vejo muitas pessoas perguntando se com 500 euros, 1000 euros ou outras quantias dá para viver em Portugal. E a resposta é: depende...
Depende do seu tipo de consumo, de quantas pessoas irão depender da quantia disponível, em que bairro/município vão querer viver, etc. É uma questão muito relativa porque cada pessoa tem as suas necessidades, os seus desejos e as suas expectativas. Uma quantia que dá para uma pessoa e/ou família viver pode não dar para outras pessoas.
Com o atual câmbio com 1 euro valendo mais de 4 reais, muitas pessoas pensam se ganhar 500 euros em Portugal serão mais de 2000 reais. Mas, acontece que não é possível comparar. Se algumas coisas são mais baratas em Portugal, outras são mais caras que no Brasil. Do mesmo modo, depende de qual região de Portugal falamos e de qual cidade do Brasil pois há diferenças entre as cidades brasileiras, além de haver necessidades diferentes em cada país e em cada lugar que se vive.
Quando pensamos em custo de vida temos que pensar em habitação, energia elétrica, água, gás, móveis e utensílios de casa, alimentação, vestuário, transportes, impostos, escolas, saúde, etc. Além dos imprevistos e gastos extras que podem surgir no dia a dia das pessoas.
Por exemplo, em Portugal, o preço da energia elétrica varia em função da empresa que fornece o serviço, do nível da tensão (baixa, média etc.) e também do horário de consumo (tarifa bi-horária) dependendo da potência contratada. Por exemplo, se a potência contratada for de 10,35 kVA, o preço pode variar de 0,353 a 0,436 cêntimos por dia dependendo da empresa fornecedora e do lugar onde se vive. Por exemplo, para uma casa pequena com poucos eletrodomésticos pode-se contratar uma potência mais baixa e pagar uma tarifa menor mas a conta final vai sempre depender do consumo de energia de cada pessoa/família.
Além disso, a conta de energia elétrica também inclui uma "Taxa de Exploração da DGEG", um "Imposto Especial Consumo Eletricidade", "Contribuição Audiovisual" (que financia o serviço público de televisão e rádio) de 5,30€ e IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) de 23%. Para saber mais sobre preços de energia elétrica e gás natural em Portugal continental veja aqui.
O preço da água também varia de acordo com a empresa fornecedora (normalmente são empresas municipais), o tipo de cliente (dependendo do número de metros cúbicos consumidos) e também do número de moradores da casa (família com 5 ou mais pessoas podem pagar tarifas mais baixas dependendo do consumo). Além disso, a conta de água também inclui taxas de saneamento, taxa RSU (resíduos sólidos urbanos) ou seja, o lixo não reciclável que cada um produz e, ainda, uma taxa de controle da qualidade da água. No município de Lisboa é a EPAL que fornece a água e você pode ver aqui quais são as tarifas praticadas na cidade. Para saber os preços no município de Cascais veja aqui e no município de Almada veja aqui.
Uma das despesas que pesa bastante no orçamento familiar das famílias que moram em Portugal é a renda da casa. (É assim que chamamos o valor do aluguel). O valor do aluguel, do mesmo jeito que no Brasil, varia de acordo com o tamanho da casa/apartamento, com a valorização do bairro e também do município. Por exemplo, morar no município de Lisboa ou na linha de Cascais é mais caro que morar nos municípios da margem sul do Tejo. Viver no interior do país é mais barato que no litoral, morar em apartamento é mais barato que em moradias ou vivendas (casas térreas) e, dentro de cada município, há regiões mais ou menos valorizadas que outras. Casas ou apartamentos com vista para o rio ou para o mar costumam, do mesmo modo, ter renda mais alta!
Só para terem uma ideia, um apartamento com 100 a 150 metros quadrados num bairro bem localizado em Lisboa pode custar a partir de 1000 euros mas esses são raros de encontrar. O mais provável é conseguir um na faixa de 1200 a 1500 euros. Contudo, se uma pessoa morar fora do concelho de Lisboa, encontra imóveis mais baratos e, dependendo do local, a partir de 350-400 euros.
Enfim, em qualquer lugar que você viva, o custo de vida vai depender também do seu tipo de consumo e do quanto de dinheiro disponível você tem para consumir. Se você morar na capital vai sempre gastar mais que numa cidadezinha do interior, isso vale tanto para o Brasil como para Portugal.
Pensem nisso!"
"Outro dia fui ver as ruínas da Muralha de D. Diniz, muralhas medievais construídas no tempo em que D. Diniz era Rei de Portugal (1279-1325) e havia também uma exposição sobre o dinheiro. Naqueles tempos medievais, em Portugal, era necessário instituir o valor do dinheiro, do trabalho e dos bens para que, em todos os lugares, se soubesse quanto uma pessoa deveria receber pelo seu trabalho ou quanto custava, por exemplo, um cabrito, uma galinha, um ovo etc. Foi em 1253 que D. Diniz instituiu a lei da almotaçaria. Para quem ainda não sabia, almotaçar é o ato de colocar o preço nas coisas.
Podem ser vários os motivos que levam uma pessoa e/ou uma família a mudar de país. Um dos fatores que preocupa uma pessoa quando emigra é o custo de vida do país que escolheu para viver. A Christine escreveu um texto interessante sobre o tema, a Cintia Beatrice falou sobre o custo de vida na Holanda, a Allane já contou como é em Munique e a Aline já escreveu sobre o custo de vida em Perth.
Custo de vida é um conceito e, como tal, define-se pela soma dos preços pagos pelos diversos bens e serviços que são consumidos pelas pessoas. E, hoje em dia, isso tudo é bastante relativo porque envolve, também, as crenças e os valores dos "consumidores". Por exemplo, há quem não se importe em comprar uma roupa usada numa feira de rua mas existem pessoas que dão valor e só compram roupas com etiquetas de marcas famosas.
Eu vejo muitas pessoas perguntando se com 500 euros, 1000 euros ou outras quantias dá para viver em Portugal. E a resposta é: depende...
Depende do seu tipo de consumo, de quantas pessoas irão depender da quantia disponível, em que bairro/município vão querer viver, etc. É uma questão muito relativa porque cada pessoa tem as suas necessidades, os seus desejos e as suas expectativas. Uma quantia que dá para uma pessoa e/ou família viver pode não dar para outras pessoas.
Com o atual câmbio com 1 euro valendo mais de 4 reais, muitas pessoas pensam se ganhar 500 euros em Portugal serão mais de 2000 reais. Mas, acontece que não é possível comparar. Se algumas coisas são mais baratas em Portugal, outras são mais caras que no Brasil. Do mesmo modo, depende de qual região de Portugal falamos e de qual cidade do Brasil pois há diferenças entre as cidades brasileiras, além de haver necessidades diferentes em cada país e em cada lugar que se vive.
Quando pensamos em custo de vida temos que pensar em habitação, energia elétrica, água, gás, móveis e utensílios de casa, alimentação, vestuário, transportes, impostos, escolas, saúde, etc. Além dos imprevistos e gastos extras que podem surgir no dia a dia das pessoas.
Por exemplo, em Portugal, o preço da energia elétrica varia em função da empresa que fornece o serviço, do nível da tensão (baixa, média etc.) e também do horário de consumo (tarifa bi-horária) dependendo da potência contratada. Por exemplo, se a potência contratada for de 10,35 kVA, o preço pode variar de 0,353 a 0,436 cêntimos por dia dependendo da empresa fornecedora e do lugar onde se vive. Por exemplo, para uma casa pequena com poucos eletrodomésticos pode-se contratar uma potência mais baixa e pagar uma tarifa menor mas a conta final vai sempre depender do consumo de energia de cada pessoa/família.
Além disso, a conta de energia elétrica também inclui uma "Taxa de Exploração da DGEG", um "Imposto Especial Consumo Eletricidade", "Contribuição Audiovisual" (que financia o serviço público de televisão e rádio) de 5,30€ e IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) de 23%. Para saber mais sobre preços de energia elétrica e gás natural em Portugal continental veja aqui.
O preço da água também varia de acordo com a empresa fornecedora (normalmente são empresas municipais), o tipo de cliente (dependendo do número de metros cúbicos consumidos) e também do número de moradores da casa (família com 5 ou mais pessoas podem pagar tarifas mais baixas dependendo do consumo). Além disso, a conta de água também inclui taxas de saneamento, taxa RSU (resíduos sólidos urbanos) ou seja, o lixo não reciclável que cada um produz e, ainda, uma taxa de controle da qualidade da água. No município de Lisboa é a EPAL que fornece a água e você pode ver aqui quais são as tarifas praticadas na cidade. Para saber os preços no município de Cascais veja aqui e no município de Almada veja aqui.
Uma das despesas que pesa bastante no orçamento familiar das famílias que moram em Portugal é a renda da casa. (É assim que chamamos o valor do aluguel). O valor do aluguel, do mesmo jeito que no Brasil, varia de acordo com o tamanho da casa/apartamento, com a valorização do bairro e também do município. Por exemplo, morar no município de Lisboa ou na linha de Cascais é mais caro que morar nos municípios da margem sul do Tejo. Viver no interior do país é mais barato que no litoral, morar em apartamento é mais barato que em moradias ou vivendas (casas térreas) e, dentro de cada município, há regiões mais ou menos valorizadas que outras. Casas ou apartamentos com vista para o rio ou para o mar costumam, do mesmo modo, ter renda mais alta!
Enfim, em qualquer lugar que você viva, o custo de vida vai depender também do seu tipo de consumo e do quanto de dinheiro disponível você tem para consumir. Se você morar na capital vai sempre gastar mais que numa cidadezinha do interior, isso vale tanto para o Brasil como para Portugal.
Pensem nisso!"
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
Horário de inverno 2015
É já no próximo final de semana, de sábado para domingo, que muda a hora em Portugal. Entramos em "horário de inverno".
De acordo com a legislação portuguesa é sempre no último final de semana de outubro que mudamos para o horário de inverno. Sendo assim, os relógios devem ser atrasados em uma hora. Portanto, quando for 02:00h da manhã do dia 25, domingo, em Portugal continental e arquipélago da Madeira atrasamos o relógio para 01:00h. No arquipélago dos Açores quando for 01:00h da manhã, voltamos os ponteiros do relógio para a meia-noite.
Com o horário de inverno o dia escurece mais cedo, temos menos horas de luz do dia e no auge do inverno o pôr do sol é as 17:15h.
É assim, todos os anos. Não se esqueçam!
De acordo com a legislação portuguesa é sempre no último final de semana de outubro que mudamos para o horário de inverno. Sendo assim, os relógios devem ser atrasados em uma hora. Portanto, quando for 02:00h da manhã do dia 25, domingo, em Portugal continental e arquipélago da Madeira atrasamos o relógio para 01:00h. No arquipélago dos Açores quando for 01:00h da manhã, voltamos os ponteiros do relógio para a meia-noite.
Com o horário de inverno o dia escurece mais cedo, temos menos horas de luz do dia e no auge do inverno o pôr do sol é as 17:15h.
É assim, todos os anos. Não se esqueçam!
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
Implantação da República Portuguesa
Hoje falamos um pouquinho de história.
Portugal era uma monarquia até o ano de 1910. No dia 5 de outubro deste ano a monarquia constitucional que governava o país foi destituída e foi implantada a República.
Esta data era feriado nacional. Em 2013 o governo eliminou alguns feriados e este foi um deles...
Esta imagem representa a implantação da República e é uma obra do artista Cândido da Silva.
Portugal era uma monarquia até o ano de 1910. No dia 5 de outubro deste ano a monarquia constitucional que governava o país foi destituída e foi implantada a República.
Esta data era feriado nacional. Em 2013 o governo eliminou alguns feriados e este foi um deles...
Esta imagem representa a implantação da República e é uma obra do artista Cândido da Silva.
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
Feira da Ladra em Lisboa
A feira da ladra é uma feira de antiguidades e velharias que acontece em Lisboa já há muitos anos. Consta que esta feira teve origem ainda na Idade Média e é o mais antigo mercado de Lisboa. Atualmente (e desde 1882) que a feira da ladra funciona no Campo de Santa Clara junto à igreja de São Vicente de Fora e da igreja de Santa Engrácia, o Panteão Nacional.
A feira funciona às terças feiras e aos sábados. Ali você pode comprar uma variedade de produtos como roupas, sapatos, louças, objetos antigos, brinquedos, azulejos, artesanato urbano e muitas coisas mais.
Passear pela feira da ladra é sempre algo imprevisível. Num dia encontramos algumas coisas interessantes e em outros, nada nos chama a atenção.
Se você gosta de mercados de rua e é bom em pechinchar pode comprar objetos interessantes por preços pequeninos. Quando o vendedor te der o preço, ofereça menos. Ele pode até não aceitar e você acabar pagando o preço pedido mas, o mais comum é você conseguir pagar menos que o preço pedido inicialmente.
Bom passeio! :)
A feira funciona às terças feiras e aos sábados. Ali você pode comprar uma variedade de produtos como roupas, sapatos, louças, objetos antigos, brinquedos, azulejos, artesanato urbano e muitas coisas mais.
Passear pela feira da ladra é sempre algo imprevisível. Num dia encontramos algumas coisas interessantes e em outros, nada nos chama a atenção.
Se você gosta de mercados de rua e é bom em pechinchar pode comprar objetos interessantes por preços pequeninos. Quando o vendedor te der o preço, ofereça menos. Ele pode até não aceitar e você acabar pagando o preço pedido mas, o mais comum é você conseguir pagar menos que o preço pedido inicialmente.
Bom passeio! :)
sábado, 26 de setembro de 2015
As nogueiras e as nozes
Muitas pessoas gostam de nozes, não é mesmo? No imaginário de muitas pessoas que vivem no Brasil, as nozes são os frutos secos que são comidos normalmente na época do natal. Mas, porque será que é assim?
Vamos lá falar um pouquinho sobre as nogueiras e as nozes.
Existem diversas variedades de nogueiras. A nogueira comum (Juglans regia) é uma árvore que pode atingir os 25 m de altura. É uma árvore nativa da Europa e da Ásia e Portugal tem muitas dessas árvores espalhadas pelo seu território. Quando andamos pelos campos costumamos ver muitas nogueiras.
A nogueira é uma árvore de folhas caducas. As folhas começam a ficar amareladas e acastanhadas no outono e vão caindo até que, no inverno, as árvores ficam totalmente sem folhas.
As folhas começam a brotar no final do inverno e início da primavera. As flores surgem na árvore em março e abril. As nozes vão crescendo e são assim enquanto estão verdes.
As flores polinizadas vão produzir os frutos e é mais ou menos em outubro/novembro que as nozes começam a secar e a abrir nas árvores. É comum encontrar as nozes caídas pelo chão quando estão "prontas para o consumo".
É no outono que as nozes estão maduras e é um fruto que se pode guardar no inverno.
Quem vive em zonas temperadas do globo, em zonas onde o inverno é mais rigoroso é na primavera e verão que são produzidas mais frutas. No outono já são menos e no inverno ainda menos. No inverno é mais comum se comer frutos secos e também aqueles desidratados como os figos e os alperces, também chamados de damascos.
Dona natureza é sábia e nos dá o alimento que precisamos.
Outros frutos de casca dura são as bolotas (dos carvalhos e azinhos), as avelãs, as amêndoas, as castanhas, etc.
E vocês, gostam de frutos secos? Já tinham visto como são as nozes verdes?
Vamos lá falar um pouquinho sobre as nogueiras e as nozes.
Existem diversas variedades de nogueiras. A nogueira comum (Juglans regia) é uma árvore que pode atingir os 25 m de altura. É uma árvore nativa da Europa e da Ásia e Portugal tem muitas dessas árvores espalhadas pelo seu território. Quando andamos pelos campos costumamos ver muitas nogueiras.
As folhas começam a brotar no final do inverno e início da primavera. As flores surgem na árvore em março e abril. As nozes vão crescendo e são assim enquanto estão verdes.
As flores polinizadas vão produzir os frutos e é mais ou menos em outubro/novembro que as nozes começam a secar e a abrir nas árvores. É comum encontrar as nozes caídas pelo chão quando estão "prontas para o consumo".
A noz é um fruto seco de casca dura e você sabia que o que comemos é a semente?
É no outono que as nozes estão maduras e é um fruto que se pode guardar no inverno.
Quem vive em zonas temperadas do globo, em zonas onde o inverno é mais rigoroso é na primavera e verão que são produzidas mais frutas. No outono já são menos e no inverno ainda menos. No inverno é mais comum se comer frutos secos e também aqueles desidratados como os figos e os alperces, também chamados de damascos.
Dona natureza é sábia e nos dá o alimento que precisamos.
Outros frutos de casca dura são as bolotas (dos carvalhos e azinhos), as avelãs, as amêndoas, as castanhas, etc.
E vocês, gostam de frutos secos? Já tinham visto como são as nozes verdes?
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